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Embolização Uterina

Dificuldades menstruais – conheça as principais causas e como o tratamento por Embolização pode ajudar

Existem várias tipos de dificuldades menstruais. As queixas podem ser de dor e/ou aumento do volume e tempo de duração de hemorragia e irregularidades menstruais. Quando a hemorragia é muito abundante e prolongada denomina-se de hemorragia uterina anómala, que pode ser dentro ou fora do período menstrual habitual. De acordo com a idade de apresentação – pre ou pos menopausa, as causas mais frequentes são variadas.

Durante a idade fértil, previamente à menopausa, predominam as causas benignas para as dificuldades menstruais, com os tumores benignos uterinos como os fibromiomas e a adenomiose uterina a serem as causas mais frequentes. Patologia benigna do endométrio como os pólipos ou hiperplasia são, também, causas frequentes. Na mulher pos-menopáusica, as causas malignas são mais frequentes, aumentando a prevalência dos cancros uterinos, nomeadamente do endométrio. Apesar disso, o cancro pode surgir em qualquer idade pelo que a avaliação clínica e imagiológica são essenciais. Quando a causa é um cancro, geralmente o tratamento indicado é cirúrgico. Contudo, quando as causas são benignas como com os fibromiomas uterinos ou adenomiose, o tratamento pode ser menos invasivo, através da embolização uterina.

Os fibromiomas, leiomiomas ou miomas são tumores benignos que nascem nas paredes do útero. A sua dimensão pode ir de alguns milímetros a mais de 20 cm. Entre 20 a 40% das mulheres em idade fértil são portadoras de fibromiomas, sendo a sua frequência de cerca de 70% nas africanas. De acordo com a localização dos fibromiomas dentro do útero, classificam-se em:

  • Fibromiomas sub-serosos – desenvolvem-se na porção externa da parede do útero e crescem para fora. Fibromiomas intra-murais – os mais frequentes que se desenvolvem na parede uterina, no miométrio.
  • Fibromiomas sub-mucosos – são os menos frequentes, desenvolvem-se na superfície interna das paredes da cavidade uterina, no endométrio, crescendo para o interior da cavidade uterina. Os fibromiomas submucosos são os que dão mais queixas de hemorragia uterina anómala, enquanto que os intra-murais, dão mais dores menstruais. Ambos respondem muito bem à embolização uterina.

dificuldades menstruais - adenomiose

A adenomiose uterina é uma doença benigna onde ocorre um espessamento dentro das paredes do próprio útero provocando sintomas como dor, sangramento ou cólicas fortes, especialmente durante a menstruação. Na adenomiose há uma infiltração do endométrio que normalmente reveste apenas o interior da cavidade uterina e passa a infiltra-se na espessura da parede do corpo do útero (miométrio). Chama-se a isto focos ectópicos (fora do local normal) de endométrio na espessura das paredes do útero. Esta é uma das grandes causas de dificuldades menstruais.

A embolização uterina para tratar os miomas foi iniciada em Paris, em 1995, por um grupo multidisciplinar de radiologistas de intervenção e ginecologistas que tinham experiência em embolização uterina para controlar a hemorragia após o parto. Experimentaram utilizar a mesma técnica para tratar electivamente mulheres com miomas, com muitas queixas de hemorragia uterina. Em 1999 começamos a implementar esta técnica em Portugal, onde fomos pioneiros.

Somos o grupo a nível nacional com maior experiência em embolização uterina e temos das maiores casuístas publicadas a demonstrar a segurança e eficácia da embolização uterina para os miomas e das potencialidade em engravidar após este tratamento numa escala mundial. Trata-se de um tratamento não invasivo, guiado por imagem, realizado por radiologistas de intervenção. É realizado sob anestesia local, sem necessidade de bisturi, nem de incisão cirúrgica na pele. Apenas é introduzido um pequeno tubo de plástico (catéter) numa artéria da virilha ou punho que guiamos por imagem até ao útero.

tratamento de dificuldades mentruais

No útero realizamos a embolização, ou seja, a obstrução das artérias que nutrem os miomas. Trata-se de um tratamento muito simples e seguro, feito sem dor, em 30-60 minutos. As doentes entram de manhã e têm alta ao fim do dia, podendo retomar toda a vida normal e voltar ao trabalho após 3 a 5 dias. Trata-se de uma alternativa à cirurgia muito útil pois as mulheres têm menos dores e a recuperação é muito mais rápida. Os riscos de complicações graves é inferior e a taxa de sucesso no tratamento das queixas é superior a 90%, próximo do da cirurgia. Além disso, não são realizadas incisões ou cortes na pele, não é necessário o bisturi e não temos de “abrir” a barriga para remover o útero ou os miomas.

Não é preciso anestesia geral e não há perdas de sangue com o tratamento. Acima de tudo, com a embolização, a mulher pode preservar o útero, sendo poupada a tratamentos mais invasivos com potencial para mais complicações e mais graves. Desta forma, mulheres que queiram preservar o útero ou mulheres que queiram engravidar e que a cirurgia possível seja apenas a remoção de todo o útero (histerectomia), a embolização deverá ser fortemente considerada.

A taxa de sucesso clínico após a embolização uterina é inferior na adenomiose quando comparada com os miomas. Enquanto que a taxa de sucesso nos miomas é de cerca de 90%, na adenomiose a taxa de sucesso após a embolização é de 60-80%. Esta diferença deve-se ao facto de a adenomiose não ser uma doença tão dependente da vascularização arterial como os miomas. Os miomas são muito dependentes da vascularização arterial. Com a embolização interrompe-se esta vascularização levando à “morte” dos miomas. A adenomiose não é tão dependente desta vascularização arterial pelo que o bloqueio da vascularização arterial não tem tanto impacto.

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      2024-02-01T10:50:59+01:00
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