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Embolização Uterina
Síndrome de congestão pélvica – Embolização da veia ovárica
O que é a embolização da veia ovárica?
A embolização da veia ovárica é um tratamento minimamente invasivo para a síndrome da congestão pélvica, que resulta da presença de veias de calibre aumentado e varicosas na pélvis. O procedimento reduz o fluxo sanguíneo para as veias varicosas, o que alivia os sintomas da síndrome da congestão pélvica.
O que é a Síndrome de Congestão Pélvica?
A Síndrome da Congestão Pélvica é uma condição crónica que afeta cerca de 15% das mulheres com idades compreendidas entre os 18 a 50 anos de idade.
Consiste numa dor pélvica persistente por mais de 6 meses, na ausência de patologia pélvica conhecida.
É causada devido à incompetência das válvulas venosas, que normalmente ajudam no processo de retorno do sangue contra a gravidade desde a pélvis até ao coração.
A insuficiência das válvulas impede que encerrem adequadamente, permitindo que o sangue flua para trás e se acumule na veia, causando aumento da pressão e aumento do calibre da mesma.
Na presença de varizes pélvicas, o doente pode desenvolver vários sintomas inespecíficos, como sensação de peso e distensão pélvica, dor pélvica e nas costas, agravamento de dores menstruais, dores durante as relações sexuais e obstipação.
Por vezes desenvolvem-se também varizes nos membros inferiores e hemorroidas.
Quando existe suspeita clínica, o diagnóstico é confirmado através de métodos de imagem, nomeadamente venografia pélvica, ressonância magnética e tomografia computorizada.
Em doentes com diagnóstico de problemas de congestão pélvica, alguns medicamentos podem aliviar a dor, nomeadamente anticoncecionais orais, podendo ser úteis em casos leves a moderados.
O tratamento cirúrgico consiste em ligar as veias dilatadas com material de sutura, de forma a aliviar a pressão e a dor.
Outro tratamento utilizado nestes casos é a embolização da veia ovárica, minimamente invasivo, sem necessidade de cirurgia.
Quem realiza a embolização venosa ovárica?
A embolização da veia ovárica é realizada por Radiologistas de Intervenção, médicos especializados em tratamento endovascular, com recurso a Imagens de Raio-X digital.
O que acontece durante o procedimento?
Este procedimento é realizado numa sala de radiografia digital, num ambiente completamente esterilizado.
Com o paciente deitado, o radiologista de intervenção irá anestesiar a região da virilha ou pescoço, com recurso a anestesia local. Após anestesiar, insere um cateter de 2-3 mm de calibre na veia femoral comum ou veia jugular interna (dependendo se o procedimento se inicia na virilha ou pescoço, respectivamente).
Ao longo do procedimento, vai sendo injetado pelo cateter contraste endovenoso que, com a ajuda das imagens de Raio-x, permite visualizar os vasos sanguíneos, mapeando o percurso do cateter até ao local de tratamento, a veia ovárica.
Quando chega ao local, o radiologista de intervenção injeta pelo cateter um agente embólico, que podem ser coils metálicos ou agentes esclerosantes, que permanecem dentro do vaso sanguíneo, bloqueando o fluxo dentro destas veias dilatadas. Ao desviar o sangue das veias anormais, permite que seja redireccionado para veias de normal morfologia, reduzindo assim os sintomas da síndrome da congestão pélvica.
Quando o procedimento for concluído, o médico remove o cateter e aplica pressão no local da punção para evitar sangramentos.
Quanto tempo dura o procedimento?
A embolização venosa ovárica é um procedimento minimamente invasivo, realizado em ambulatório e dura em média cerca de 90 minutos.
Os pacientes ficam depois em observação no recobro durante 2 a 3 horas após o procedimento.
Após este período, a maioria dos pacientes volta para o domicílio e retorna às atividades diárias normais em 48 horas.
Riscos e complicações do procedimento?
É um procedimento seguro, principalmente quando realizado por uma equipa experiente. Existem alguns riscos minor, que incluem hematomas no local de inserção do cateter e pequeno risco de infeção do local de punção.
É importante observar que, embora seja improvável, em alguns casos, outras veias pélvicas podem exigir tratamento adicional no futuro.
Há contraindicações para a realização deste procedimento?
Em casos de insuficiência renal ou alergia a contraste iodado, não é possível realizar este procedimento.
O que esperar do procedimento?
O objetivo da embolização da veia ovárica é o alívio dos sintomas decorrentes do síndrome de congestão pélvica. A embolização é muito eficaz no tratamento, sendo reportados na literatura taxas de sucesso superiores a 95% e a grande maioria dos pacientes relatam melhoria significativa dos seus sintomas.
A embolização é um procedimento muito menos invasivo do que a cirurgia aberta convencional. Como resultado, há menos complicações e a permanência no hospital é relativamente breve, podendo retornar a casa no próprio dia.
O risco de hemorragia é menor do que com o tratamento cirúrgico tradicional e não há incisão cirúrgica óbvia nem cicatrizes associadas.
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